Perante os cortes nas comparticipações, o porta-voz do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos criticou, na TSF, a desumanidade e insensibilidade por parte do Ministério da Saúde.
Ainda este ano, o Estado vai deixar de comparticipar as pílulas anticoncepcionais e também três vacinas vendidas nas farmácias, a vacina que previne o cancro do colo do útero, a da hepatite B e a da bactéria que provoca meningite e pneumonia.
Em declarações na TSF, Carlos Braga, porta-voz do Movimento de Utentes de Serviços Públicos, rejeitou estas medidas pelo impacto que podem ter na vida dos portugueses.
«São medidas que consideramos de uma grande insensibilidade social, e também de uma grande desumanidade, porque muitas destas pessoas já vivem com grandes dificuldades e, por outro lado, [estas medidas] vão com certeza obrigar a que muitas dessas pessoas deixem determinados medicamentos», contestou.
Carlos Braga considerou também que os Centros de Saúde não têm capacidade para atender aos pedidos de todas as pessoas.
«Os Centros de Saúde já não têm condições para responder às necessidades da maioria da população portuguesa», referiu Carlos Braga lembrando que «são mais de 1,7 milhões de utentes que não têm acesso aos médicos de família», e «sendo ainda acrescentada esta responsabilidade, é evidente que os doentes vão sentir dificuldades enormes quer no acesso quer depois na própria aplicação desses tratamentos».