O arquitecto Nuno Portas considerou, esta segunda-feira, que o antigo colega Pedro Vieira de Almeida morreu cedo, apesar de já ter 78 anos.
«Estou muito chocado» confessou, considerando que o arquitecto Pedro Vieira de Almeida «morreu cedo porque continuava sempre a pensar» e ainda tinha alguns projectos.
«Foi absolutamente essencial em obras como a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa», lembrou Nuno Portas. Recordou ainda a «enorme força», «a capacidade de desenho e capacidade teórica» de Pedro Vieira da Almeida.
«Nunca trabalhei com ninguém tão rico de ideias e possibilidades, sempre colocando-se numa posição secundária», acrescentou.
O arquitecto Pedro Vieira de Almeida morreu esta segunda-feira, na sua casa do Porto, vítima de doença súbita, aos 78 anos, adiantou à Lusa uma fonte próxima da família.
A mesma fonte disse que o corpo do arquitecto permanecerá na sua casa, sendo terça-feira transportado para Lisboa, onde vão decorrer as cerimónias fúnebres, desconhecendo-se ainda o local e as horas do funeral.
Pedro Vieira de Almeida nasceu em 1933, em Lisboa, e formou-se pela Escola de Belas Artes do Porto, em 1962.
Em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, elaborou o Plano da Avenida da Liberdade, sendo também o autor da Igreja dos Olivais em Lisboa (1970-89).
Actualmente era investigador do Centro de Estudos Arnaldo Araújo, tendo-se destacado na área da crítica e da história da arquitectura contemporânea portuguesa.
É autor de vários livros, entre os quais se destacam "Apontamentos para uma teoria da arquitectura" (2009), "A Arquitectura no Estado Novo" (2002), "A arquitectura moderna", 14.º Volume da História da Arte em Portugal com José Manuel Fernandes (1986).