Política

PS duvida de eficiência de baixa de TSU, Bloco e PCP atacam austeridade

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O PS considera que a baixa da TSU não vai contribuir muito para a competitividade das empresas. Bloco e PCP entendem que a política de austeridade do Governo não resolverá nada.

A presidente do PS duvida que a baixa da Taxa Social Única venha trazer grandes benefícios à competitividade das empresas e considera mesmo que esta descida terá uma «pequeníssima influência» nesta situação.

«Este pequeno contributo relativamente ao custo final da mercadoria leva a que o Governo tenha percebido que essa redução na TSU pode pôr em causa de maneira gravíssima a sustentabilidade da Segurança Social e não resolve os problemas da competitividade», explicou Maria de Belém.

Em declarações à TSF, esta dirigente socialista considerou ainda que a compensação por meio do aumento do IVA «retira mais dinheiro da circulação e portanto faz uma recessão económica».

«O que estávamos à espera é que fossem anunciadas medidas substanciais de corte naquilo que foi chamado gordura do Estado, uma vez que já na negociação do Orçamento de 2011 o PSD e o CDS-PP diziam que mais impostos nem pensar», acrescentou.

A presidente socialista disse ainda não ficar surpreendida com a redução «nas gorduras e excessos do Estado», mas admitiu que o PS está «permanentemente surpreendido com o aumento de impostos que têm em nosso entender um efeito recessivo», que conduz à «dificuldade em resolver os nossos compromissos porque a economia não cresce».

Já o bloquista João Semedo entende que a política de austeridade do Governo assente num «novo imposto sobre o subsídio de Natal» e nos aumentos do IVA e dos preços do gás, electricidade e transportes e no congelamento de salários e pensões é afinal «enganar os portugueses».

«Prometeram que estavam a fazê-lo para que em 2012 não fossem necessários mais sacrifícios. Ontem ficámos a saber que em 2012 serão acrescentados mais sacrifícios à já brutal austeridade que se faz sentir sobre todos os portugueses», adiantou.

Para João Semedo, isto «significa também que a política de austeridade é insaciável», pois «à austeridade segue-se mais austeridade sem que se veja que daí resulte qualquer solução para os problemas e para a crise em que o país está mergulhado».

Por seu lado, o comunista Agostinho Lopes entende que o «novo ultimato da troika evidencia o que o PCP há muito vem referindo: este rumo de austeridade e sacrifícios não terá fim».

«Atrás de medida, medida vem até ao desastre final. Gostaríamos de renovar o apelo à necessidade urgente da rejeição do programa assinado por PS, PSD e CDS porque este é claramente um caminho que só pode conduzir o país ao desastre como é cada vez mais claro», explicou.