O primeiro-ministro exortou, esta quinta-feira na Polónia, a Europa a «falar a uma só voz», para ultrapassar a crise das dívidas soberanas.
Para o primeiro-ministro, a resposta dada pelos mercados às decisões da cimeira do euro deve deixar todos os líderes em alerta, frisando que falta uma União Europeia que fale a uma só voz.
«Precisamos de ter um momento em que, por uma vez, a Europa possa falar a uma só voz, que não possamos um dia estar a dizer que vamos defender intransigentemente qualquer país da Zona Euro e em que no dia seguinte apareçam responsáveis políticos a dizer que afinal a Grécia não vai cumprir e que o plano de ajuda não vai resultar», defendeu.
Esta postura, considerou, «lança a dúvida que se queria afastar com as decisões que foram previamente tomadas».
Pedro Passos Coelho esteve reunido com o primeiro-ministro polaco, durante cerca de uma hora e meia, em Varsóvia, e aproveitou para dizer também que todos os líderes estão conscientes do momento histórico que vive a Europa e, dada a situação que se tem vivido, ninguém pode estar descansado.
O primeiro-ministro português acrescentou ainda que compreende o recente anúncio feito por Durão Barroso de que irá apresentar uma proposta sobre a emissão de "eurobonds", mas voltou a recusar esta forma de financiamento como solução para a crise das dívidas soberanas.
No final do encontro, mostrou-se satisfeito com as reacções a nível europeu ao programa de austeridade lançado pelo seu governo. Existe uma «percepção generalizada» de que «Portugal está a fazer aquilo que é preciso», sublinhou.
Passos Coelho iniciou esta quinta-feira uma viagem à Polónia que durará dois dias. O chefe do Governo passará também por Paris para um encontro com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.