O Bloco de Esquerda quer que o Presidente da República e o primeiro-ministro decidam aplicar na Madeira uma lei de incompatibilidades entre gestão pública e interesses privados.
«Espero que o primeiro-ministro e o Presidente da República corrijam a excepcionalidade da Madeira, onde não há um regime de incompatibilidades que evite que um responsável político regional possa aprovar um orçamento para si próprio, dando às suas empresas dinheiro que é de todos os contribuinte», exigiu o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, em conferência de imprensa, a Passos Coelho e a Cavaco Silva que se reúnem esta segunda-feira.
O líder bloquista sublinha que o presidente do Governo Regional da Madeira deve assumir a responsabilidade e frisa que a impunidade não deve ser descurada: «Alberto João Jardim é totalmente responsável pelas contas da Madeira. Não pode apontar [a culpa] aos outros que lhe deram tudo o quanto queria e que, apesar disso, ainda escondeu as contas».
Da reunião de segunda-feira entre Passos Coelho e Cavaco Silva, o líder do Bloco de Esquerda disse que não espera apenas que se faça uma especificação das dificuldades financeiras que a Região Autónoma da Madeira coloca a todo o país e que fazem com que Portugal «passe uma vergonha» a nível internacional «pela falsificação das contas da Madeira».
«São precisas soluções e uma das mais importantes, além de se saber quem ficou com o dinheiro, é impedir que continue um regime que desafia a Constituição e que permite que responsáveis políticos votem partes do Orçamento Regional para si próprios. Uma lei de incompatibilidades entre o exercício dos cargos públicos e os interesses privados é indispensável para a higiene política da Madeira», sustentou Louçã.