Ouvido pela TSF, este docente da Universidade do Porto entende que esta situação é «extremamente grave desde logo porque não é minimamente oportuna».
O professor João Loureiro entende que o buraco orçamental na Madeira coloca em causa os esforços feitos por Portugal para afirmar credibilidade no exterior.
«Vai ter impactos não só sobre défices orçamentais como sobre a dívida pública, exigindo que as contas que são nesta altura as oficiais relativamente aos níveis do défice e dívida pública de vários anos tenham de ser revistos», lembrou este docente da Universidade do Porto.
Este economista classifica ainda esta situação como «extremamente grave desde logo porque não é minimamente oportuna», pois surge numa altura de «enorme esforço» e em que o «país atingiu uma situação extremamente em termos de finanças públicas».
«Perante o exterior têm sido tomadas acções, gravosas para todos os contribuintes, mas que se percebem à luz de tentar credibilizar o país. Mas, surgir no meio de tudo isto esta notícia a credibilidade que estamos a tentar construir é posta em causa», explicou.
Se já nada é possível fazer em relação às contas de outros anos, João Loureiro diz que «relativamente ao ano presente e às situações que vão ter impacto no défice presente» é de esperar algo que «troika implicitamente já admitiu como aceitável pela última vez este ano».
Este professor lembrou que a troika admitiu a possibilidade de «receitas extraordinárias que permitirão pôr o défice orçamental dentro do limite de 5,9 por cento», que poderão incluir a «transferência de fundos de pensões».
«Fala-se de fundos de pensões dos banca serem transferidos para o Estado», lembrou o professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.