O director do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que têm sido encontradas grandes surpresas e bem negativas nas contas públicas de Portugal.
António Borges considerou, no entanto, que o Governo tem respondido de forma positiva e determinada aos desafios que lhe foram lançados no âmbito da ajuda externa.
«O programa começou apenas há dois meses, o Governo começou com grande determinação, mas os desafios são grandes e difíceis, há muito a mudar. Houve surpresas negativas em que foram revelados valores piores do que se pensava», disse esta sexta-feira em Washington.
«Esperamos que se mantenha o rumo correcto. É cedo para fazer comentários, mas acho que tem um bom programa em andamento e que o Governo parece determinado em cumpri-lo», reforçou.
António Borges fixou também uma meta: o essencial é que Portugal consiga voltar a ter crescimento económico o mais rápido possível.
«Inevitavelmente o governo está centrado no imediato, nos problemas orçamentais e em cortar nas despesas. Eu diria que o desafio fundamental para Portugal é recuperar a competitividade e começar a crescer novamente», considerou.
O director do departamento europeu do FMI entende que «se a economia entra numa espiral negativa de recessão com problemas orçamentais, torna-se insolvente».
«Queremos que Portugal volte ao crescimento económico o mais rapidamente possível. O programa português contempla uma série de medidas para aumentar a competitividade e aumentar as exportações», reforçou o economista.