Economia

Quercus e DECO encaram privatização da AdP com reservas

A Quercus e a DECO reconhecem a necessidade de haver um ajuste de tarifário, mas têm reservas no que respeita à privatização da empresa Águas de Portugal (AdP).

A Quercus concorda que a água potável implica um processo com custos muito elevados, que não se reflectem nos preços actuais.

No entanto, Carla Graça, da associação ambientalista, tem reservas no que respeita à privatização da empresa Águas de Portugal (AdP).

«O custo actual não reflecte os custos reais de captação e tratamento da água, pelo que reconhecemos a necessidade de haver um ajuste de tarifário», afirmou a responsável à TSF .

«A questão de privatizar a gestão, que para nós será sempre privatizar a água, é colocar um bem comum na mão e decisão de entidades privadas, com todos os riscos que isso pode ter», acrescentou.

A responsável disse ainda não compreender a distinção que a ministra Assunção Cristas faz entre privatizar a AdP e a gestão da água.

Também Jorge Morgado, da DECO, reconheceu que as tarifas da água estão «desactualizadas» em algumas zonas do país, mas disse esperar que o próximo aumento não seja incomportável para os consumidores.

No entender de Jorge Morgado, há outras formas de racionalizar a água sem ser através do aumento das tarifas, como «combater os desperdícios, fazer campanhas de informação e educação dos consumidores relativamente à sua utilização».

Ouvido igualmente pela TSF, José Manuel Vieira, professor catedrático da Universidade do Minho, revelou que existem experiências que mostram que a privatização se reflectiu apenas num aumento das tarifas.

Redação