Economia

Taxa sobre transacções pode render à Europa 55 mil milhões por ano

Durão Barroso durante o discurso do estado da União Europeia Reuters

A ideia foi sublinhada, esta manhã, em Estrasburgo pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, no discurso sobre o "Estado da União".

Com as lideranças europeus postas à prova perante a crise, Durão Barroso entende que nunca a Europa viveu um momento como o actual.

«Estamos hoje confrontados, creio eu, com o maior desafio de toda a história da União Europeia», afirmou.

O presidente da Comissão Europeia entende que chegou a altura de se inverterem os papéis, colocando o sector financeiro a contribuir para a sociedade.

«Vamos taxar mais o trabalho? Vamos taxar mais o consumo? Acho que é justo taxar actividades financeiras, o que não acontece em alguns Estados-membros, para que possam dar uma contribuição para a sociedade», considerou.

Durão Barroso mostrou-se ainda preocupado com o crescente nível de desemprego em toda a Europa.

Por fim, o presidente da Comissão dispensou os paternalismo vindos do outro lado do atlântico, dizendo que a Europa tem um modelo social e um modelo democrático e mostrou-se convicto que os 27 Estados-membros vão ser capazes de ultrapassar a crise.

«Acredito francamente que temos problemas sérios, mas creio que não podemos desculparmo-nos com a nossa democracia, com a nossa economia de mercado social. Creio que devemos perguntar às nossas instituições, mas também aos Estados-membros, se estão orgulhosos de serem europeus e com dignidade dizer aos nossos parceiros: 'obrigado pelos conselhos mas somos capazes de em conjunto ultrapassar esta crise'», criticou o presidente da Comissão.

Durão Barroso salientou ainda que a Europa continuará a apoiar todos os países sob programas de ajustamento, desde que os planos sejam cumpridos.

Redação