Economia

PSD e CDS responsabilizam PS pelo défice de 8,3 por cento

PSD e CDS responsabilizam o PS pelo défice de 8,3 por cento, divulgado pelo INE. Já o PS espera mais informações sobre o desvio e o BE diz que a austeridade não está a resultar.

No Parlamento, o deputado Miguel Frasquilho considerou que «o INE [Instituto Nacional de Estatística] mostra o desvio, o buraco orçamental, que corresponde à primeira metade do ano, um buraco sem dimensão que vai precisar de ser corrigido na segunda metade do ano».

«Cerca de sete mil milhões de euros de défice na primeira metade do ano, para o conjunto do ano o que podemos ter são cerca de 10 mil milhões e isto significa três mil milhões de défice na segunda metade do ano», afirmou.

Miguel Frasquilho lembrou ainda que o «PS perguntava nos últimos meses onde está o desvio das contas públicas como se perguntasse onde é que está o Wally. «O desvio está aqui, no segundo trimestre o défice das contas públicas foi de nove por cento», adiantou.

«Se continuássemos por este caminho ate ao final do ano íamos atingir cerca de 14 mil milhões. No memorando com a troika estão previstos 10 mil milhões», advogou.

O parceiro de coligaçao, CDS-PP, pela voz do deputado Adolfo Mesquita Nunes, destacou igualmente a «herança», afirmando que os números revelados traduzem aquilo que o PS deixou para trás após seis anos de Governo.

Do lado do PS, João Galamba considerou serem necessários mais detalhes para se perceber concretamente a natureza deste desvio.

«Não sabemos, por exemplo, qual é a parcela da Madeira que está neste valor, assim como se houve ou não empréstimos a empresas públicas necessárias pelas dificuldades de financiamento da economia portuguesa. Ou seja, há um problema de identificar qual a natureza do desvio para se perceber o que está em causa», disse.

Já a deputada do BE, Catarina Martins, disse que os números anunciados são a prova de que a política de austeridade deste Governo não está a resultar.

Finalmente, o deputado do PCP, Honório Novo, alertou para eventualidade de serem necessárias novas medidas de austeridade e exortou o Executivo a não seguir esse caminho.