Saúde

«Lógica do lápis vermelho é errada», diz economista Augusto Mateus

Augusto Mateus avisa que a lógica do lápis vermelho é perigosa no corte das despesas na saúde. Na conferência da TSF este economista defendeu também uma nova função para os médicos.

O ex-ministro da Economia do Governo socialista, Augusto Mateus, recomenda ao actual Executivo cuidado com os cortes sem peso e medida.

«A lógica do lápis vermelho é errada, aplica-se à saúde como a outra coisa bem mais decisiva e global que é a revisão do papel do Estado na economia. A ideia de que vou cortar dez por cento, cinco por cento, é uma ideia tonta», defende.

O economista afirma também que os profissionais de saúde deviam ser responsabilizados pelos gastos.

«Os médicos devem agir também como profissionais que gerem recursos que têm consequências globais do ponto de vista do financiamento do sistema», disse.

Augusto Mateus até dá um exemplo de uma nova função para os médicos à beira da reforma: «Imagine que você dava a um médico a função de poupar e só ganhava em função do que fosse capaz de poupar».

O economista diz também que seria bom olhar para a experiência alemã quando o assunto são os seguros de saúde.

Para Augusto Mateus esta questão não pode ser olhada como um «papão», porque a saúde deve ser vista pelo lado da prevenção.

O economista defendeu um plano de poupança específico para a saúde que em vez de ser feito ao balcão de uma empresa privada, seria feito com o próprio Estado com um carácter obrigatório.

«Seria uma lógica de seguro obrigatório público que parcialmente financiava o sistema de saúde. Esta ideia é do meu ponto de vista absolutamente imprescíndivel», adianta.

Redação