O secretário-geral do PS disse que Portugal não tem ministro da Economia, sublinhando que «não há vontade política» do Governo de criar uma estratégia de crescimento económico.
«Na minha opinião não temos um ministro da Economia em Portugal. Não temos e devíamos ter», declarou António José Seguro, durante o discurso que proferiu num plenário intitulado "As pessoas primeiro - Um novo futuro", que decorreu num hotel no Porto com várias dezenas de militantes socialistas.
A afirmação de José Seguro sobre Portugal estar sem um ministro da Economia foi dita na sequência de ter assumido que se sentia desiludido por não haver uma estratégia de crescimento económico no país.
«Como português e como líder do PS estou muito desiludido, porque não há nenhuma vontade política do nosso Governo em criar uma estratégia de crescimento económico. Apenas existem algumas medidas pontuais e uma ou outra política», lamentou.
António Seguro afirmou que se «hoje fosse primeiro-ministro» estaria a «desenhar uma proposta de crescimento económico a médio prazo», onde envolveria empresários, universidades e investigadores, entre outras forças vivas da sociedade portuguesa, para fazer crescer o país.
«O PS não vai baixar os braços e não abdicaremos de fazer as nossas propostas, porque o nosso objetivo é criar soluções», informou, referindo, por exemplo, que os jovens vivem momentos difíceis e que quase «um em cada três na idade activa está desempregado».
Seguro lembrou que o aumento de «200 por cento» nas facturas do gás, água e luz «não constam do memorando da troika» e sugere que se peça às empresas com lucros superiores a «dois milhões de euros» para participarem no subsídio de Natal.
«Era mais justo que também as empresas fossem chamadas e essa receita evitava que pagássemos mais na factura da água, electricidade e do gás», mas a proposta socialista não foi aceite, lamentou Seguro.