Política

Seguro diz que é muito reduzida a hipótese do PS votar contra OE2012

António José Seguro esta manhã no Fórum TSF TSF-Ana Lemos

No Fórum TSF, o secretário-geral socialista esclarece, no entanto, que uma decisão definitiva quanto ao sentido voto do PS, só será tomada depois de conhecida a proposta do Governo.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, não exclui mas admite que é «reduzidissima» a hipótese do PS votar contra o Orçamento do Estado para 2012.

No Fórum TSF, esta manhã, António José Seguro explicou que ainda não tomou uma decisão sobre o sentido de voto socialista porque ainda não conhece a proposta do Governo, e não quer dar a sua palavra para «depois ter que voltar atrás ou ter que pedir desculpa aos portugueses».

O líder socialista disse ter consciência de que a situação do país é difícil, garantindo que por isso o PS nunca deixaria o país sem um orçamento.

«Aquilo que quero é dizer aos portugueses que estou consciente da situação em que o país vive, que o Partido Socialista fará parte da solução e que eu compreendo que é necessário dar um sinal político forte quanto à convicção que as principais forças políticas em Portugal têm para que possamos sair da crise, mas isso não me dispensa de olhar para o conteúdo da proposta de orçamento», esclareceu.

Questionado sobre o que poderia justificar um voto contra do PS, Seguro confessou que «de momento» não encontra motivos.

«Neste momento não estou a olhar para uma situação em concreto que levasse o Partido Socialista a votar 'não' e espero que o Governo não a apresente. Mas do ponto de vista da seriedade política, não posso deixar de ter as três opções em cima da mesa», afirmou.

No entanto, o líder socialista reafirmou que o Governo não deve esquecer que é preciso incentivar o crescimento económico.

«Este Governo defende uma posição completamente diferente [da do PS], que é primeiro consolidam-se as contas públicas, com mais medidas de austeridade, e depois como por milagre virá o crescimento económico. Nós opomo-nos a esta visão», frisou Seguro.

«Portanto, se o documento [o OE2012] reflectir mais a nossa visão naturalmente que haverá uma outra disponibilidade. Se o documento reflectir exclusivamente esta opção que nós consideramos errada, o PS não pode acompanhar o Governo não elaboração desse orçamento», acrescentou.

António José Seguro foi também questionado sobre o possível aumento do IVA na restauração para 23 por cento. A confirmar-se, Seguro disse querer saber o que motiva a decisão do Governo, mas «à primeira vista parece-me uma proposta que tem efeitos muito negativos».

O secretário-geral do PS criticou ainda a intenção do Governo de unir as várias empresas de transportes de Lisboa e do Porto, sublinhando que antes de mais é preciso melhorar o serviço prestado às populações.

«Tudo o que introduz racionalização, faz sentido, tudo o que introduz economia de custos, faz sentido, mas tudo isso tem que ter um princípio orientador que é a prestação de um serviço de qualidade às populações. Sinceramente, daquilo que conheço, não vejo ali um plano», comentou.

Nesta entrevista à TSF, António José Seguro reafirmou o empenho do PS no cumprimento dos compromissos assumidos com os negociadores internacionais, mas alertou que os socialistas reservam-se no direito de discordar dos caminhos escolhidos pelo Governo para cumprir esses objectivos.