Paulo Macedo classificou de «desastroso» o dossier dos cuidados continuados e mostrou-se surpreendido por se propor mais camas neste sector sem reduzir as dos doentes agudos.
O ministro da Saúde revelou-se, esta quarta-feira, indignado com a forma como encontrou o dossier dos cuidados continuados, considerando que foi mesmo o mais desastrado que encontrou no Ministério.
«Vou tentar usar uma palavra para tentar manter o tom do debate: é dos mais desastrosos que vi naquele ministério», afirmou Paulo Macedo, durante uma interpelação do PCP sobre Saúde na Assembleia da República.
Paulo Macedo mostrou-se também surpreendido por a «responsável da Unidade de Cuidados Continuados» ter revelado que lhe tinha sido que o orçamento para esta unidade «não era problema».
«É assim que se gere os dinheiros públicos em Portugal?», perguntou o titular da pasta da Saúde que disse também não compreender porque se propõe 5500 camas para os cuidados continuados sem reduzir o número de camas para os doentes agudos.
«Está um plano de aberturas sem financiamento e sem qualquer forma de lidar com aquilo que existe. É dos cenários mais desastrosos que há naquele ministério da Saúde», concluiu, numa resposta a um esclarecimento pedido pelo PS.
«Se é conhecido como gestor explique-nos como troca uma cama de cuidados continuados, a maioria das quais de longa duração e que custam ao Ministério da Saúde 28,15 euros por mês, por uma cama em hospital que custa 700 a mil euros por mês», perguntou a deputada socialista Luísa Salgueiro.
No debate, Paulo Macedo admitiu ainda que a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde não está garantida, tendo em conta, por exemplo, as dívidas daquele serviço.
O ministro anunciou também que vão ser autorizadas 60 unidades de saúde familiar para permitir a 660 mil cidadãos o acesso a médico de família.
Notícia actualizada às 21:11.