Política

PCP admite participar numa greve geral e pede mais luta

Jerónimo de Sousa Global Imagens/Steven Govern

No final da reunião do Comité Central dos comunistas, o PCP fez um apelo à intensificação da luta por parte de quem está descontente. O partido admite ainda participar numa greve geral.

«Consideramos que o recurso a uma forma superior de luta e trazer a luta para um patamar mais alto é uma exigência que se coloca, designadamente aos trabalhadores, tendo em conta a violência desta ofensiva», afirmou o secretário-geral do PCP, numa referência às medidas do Orçamento do Estado de 2012.

No final da reunião do Comité Central do seu partido, no domingo, Jerónimo de Sousa lembrou que o PCP não decide uma greve geral, mas não duvida de que os sindicatos irão dar esse passo.

«Tudo vai contar, a mais pequena, a mais modesta luta, seja dos trabalhadores de uma empresa, seja das populações em defesa do centro de saúde, seja das comissões de utentes em defesa dos transportes públicos», defendeu.

O comunista frisou que «mesmo que haja uma greve geral», ela «vai exigir a sua continuidade». Por isso, o Comité Central do PCP apelou a mais lutas e cada vez com mais força.

Os portugueses devem mobilizar a sua força num «grande movimento capaz de derrotar a ofensiva em curso e assegurar a ruptura e a mudança por um Portugal com futuro», apelou Jerónimo de Sousa.

O líder do PCP falou num «movimento de massas amplo» e unitário que «convoque todos os democratas e patriotas para a convergência para derrotar este pacto de agressão e de desastre e salvar o país».

Este apelo surge numa altura em que o PCP já não vê forma de negar aquilo que considera ser uma evidência: os sacrifícios pedidos não são para ajudar o país, mas sim a banca.

Jerónimo de Sousa admitiu ainda chumbar o Orçamento do Estado. Embora reconheça que o documento será aprovado pela maioria de direita, o comunista fez questão de mostrar o descontentamento comunista com as opções do Governo.

O líder do PCP disse ser praticamente «impossível» o PCP tomar uma posição de abstenção ou a favor do OE2012, tendo em conta as «medidas brutais e injustas» presentes no documento, que beneficia os principais responsáveis pela crise e penaliza quem não contribuiu para ela.

Disse ainda que Passos Coelho não tem de pedir desculpa aos portugueses pelas medidas tomadas, uma vez que elas configuram uma «opção política» e não uma escolha «moral ou ética».

Na visão do líder comunista, o primeiro-ministro está «do lado dos poderosos contra aqueles que menos têm».

Notícia actualizada às 22:40.

Redação