Política

Seguro rejeita modelo do Governo de «somar austeridade a austeridade»

António José Seguro Direitos Reservados

O líder do PS distanciou-se do que diz ser um modelo de «somar austeridade a austeridade», que considera ter sido assumido pelo primeiro-ministro como forma de sair da crise.

António José Seguro foi questionado sobre as políticas do novo Governo pela directora de campanha do PSOE, Elena Valenciano, no arranque de um debate que reúne líderes progressistas e socialistas, esta quarta-feira, em Madrid.

«O primeiro-ministro português acredita que somando austeridade a austeridade resolve os problemas das contas públicas. E que resolvendo os problemas das contas públicas, como por automatismo, o país começa a crescer automaticamente», afirmou, para referir que não concorda cm Passos Coelho.

«Considero que é necessário agir dos dois lados. A austeridade é importante para consolidar as contas públicas, mas se gerar recessão é um disparate, como aconteceu na Grécia», opinou.

Para «evitar esse disparate», afirmou, Seguro defendeu uma «estratégia sustentável de crescimento económico» apoiando o sector exportador e as Pequenas e Médias Empresas (PME) para que possam produzir «bens transaccionáveis», aumentando a produção nacional e assim «criar riqueza, crescer e gerar novos empregos».

«Temo muito que a Espanha possa fazer uma opção semelhante à que está a ser feita em Portugal. Uma opção errada que cria ilusão no momento mas que no futuro sairá muito cara», disse ainda o socialista.

A poucas semanas das eleições gerais em Espanha, as sondagens antecipam uma derrota do PSOE e possivelmente, a maior maioria absoluta de sempre do Partido Popular.

O secretário-geral do PS afirmou também que o principal desafio da esquerda europeia é recuperar a confiança dos cidadãos, garantindo que a política deve responder, verdadeiramente, aos problemas da sociedade e, particularmente, das novas gerações.

«Este é o principal desafio que se coloca à esquerda progressista, aos democratas. Os cidadãos, especialmente as novas gerações, olham para a política tradicional, para as instituições políticas e não encontram respostas concretas para os seus problemas», diagnosticou.