Segurança

Directores da PSP aumentaram os próprios salários

PSP Direitos Reservados

Directores da PSP aumentaram os salários de forma discreta, em 2010, aplicando assim uma nova tabela que foi recusada aos agentes daquela força de segurança, revelam o DN e o JN.

No total, o valor do aumento de salário do director nacional, de três directores adjuntos e do inspector-geral chegou quase aos 24 mil euros.

Só para o director nacional da PSP, que se aposentou em Abril deste ano, a aplicação da nova tabela remuneratória significou mais de 800 euros por mês, cerca de 11300 euros por ano.

Mas esta é apenas uma das decisões reveladas pela auditoria da Inspecção-Geral de Finanças, à qual o DN e o JN tiveram acesso.

O relatório dá conta de outras manobras duvidosas numa altura de contenção orçamental, a começar pela existência de nomeações de polícias sem autorização do Governo.

Também sem a luz verde do Executivo, a PSP contratou serviços de consultoria técnica no valor de 35 mil euros e pagou mais de 120 mil euros a uma sociedade de advogados. As Finanças alertam ainda para o pagamento indevido de avenças a médicos e assessores. Em causa está uma despesa global de quase 130 mil euros.

O Orçamento do Estado para este ano é bem claro e proíbe qualquer graduação ou recrutamento excepcional, mas a auditoria das Finanças vem agora revelar que, além de isso ter acontecido, a PSP também fez subir na carreira agentes que já se encontravam em pré-aposentação.

O documento alerta ainda para as dívidas ao Estado até Maio. O calote à Caixa Geral de Aposentações, IRS e Segurança Social totalizava perto de 40 milhões de euros.

Os inspectores do Fisco entregaram o relatório ao Tribunal de Contas e também ao Governo, avisando a PSP que em causa estão decisões consideradas altamente irregulares e passíveis de responsabilidade civil, financeira e disciplinar.

Entretanto, contactado pela TSF, o Ministério da Administração Interna confirmou que aguarda o veredicto do Tribunal de Contas sobre uma investigação das Finanças às contas da polícia.

O porta-voz da PSP garantiu que não foram praticadas quaisquer ilegalidades, mas notou que foram pedidos esclarecimentos adicionais à inspecção das Finanças.

Notícia actualizada às 10:18.