Portugal

Assunção Esteves sugere criação de um governo económico da Europa

No encerramento das comemorações do centenário da República, esta tarde, Assunção Esteves desafiou os parlamentos nacionais a avançarem rapidamente com uma proposta de revisão dos tratados para a criação de um governo económico europeu.

Embalada pelos cem anos da República, Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, lançou o desafio: é preciso refundar a Europa, ultrapassar a incapacidade de falar a uma só voz e criar um governo económico.

«Até ao Conselho Europeu da Primavera, os parlamentos nacionais deveriam levar ao Parlamento Europeu uma proposta para a revisão dos tratados, criando um governo económico da Europa em sentido verdadeiro e próprio», declarou.

O PS foi o primeiro partido a levantar-se para aplaudir a presidente do Parlamento, PSD e CDS acompanharam, a Esquerda permaneceu sentada.

A marcar os discursos comemorativos estiveram também os recados do Governo.

O ministro Miguel Relvas apelou à coesão e ao patriotismo. «É a sintonia entre os compromissos do Estado e os nossos próprios compromissos, mas é mais do que isso. O patriotismo é a disposição para, uma vez dado o contributo de todos para as decisões públicas que são tomadas, de assumir a co-responsabilidade de todos pelos seus respectivos encargos e benefícios».

Mas lembrou que a República exige o combate à corrupção, à promiscuidade entre privados e públicos e, sobretudo, ética.

«Significa pugnar por padrões éticos e públicos exigentes no exercício da cidadania, sobretudo por parte daqueles que são chamados a assumir responsabilidades governativas no poder central, regional ou local».

Entre as palavras da maioria, o PSD defendeu que é preciso vencer a prova de fogo rejeitando o derrotismo, o CDS sublinhou que a mudança é dolorosa mas essencial para recuperar a soberania nacional e o crescimento.

O PS lembrou a importância de ouvir os gritos de alma na rua por mais justiça e democracia. Já a Esquerda manifestou profunda inquietação pelo presente, apelou à luta criticando a nova ditadura das finanças.

Redação