O PS quer que o ministro dos Assuntos Parlamentares vá ao Parlamento explicar porque pediu ao INIR o relatório sobre a renegociação dos contratos de concessões rodoviárias.
Tudo começou com o presidente do INIR, o Instituto das Infraestruturas Rodoviárias, a confessar que tinha sido coagido pelo então secretário de Estado, Paulo Campos.
Num despacho assinado pelo então governante, agora deputado do PS, Paulo Campos repreendia o INIR por criticar a renegociação das concessões das auto-estradas. Alberto Moreno não gostou.
«O despacho para mim representa uma coacção, tipica de quem não quer de facto ouvir a verdade», afirmou.
Ora, nesse relatório, de Novembro do ano passado, o INIR concluía que os valores que as concessionárias das antigas SCUT iam receber, eram mais elevados do que os que estavam previstos no contrato inicial.
O assunto transforma-se agora numa guerra política.
O presidente do INIR diz que fez o trabalho com respeito ético e moral e acabou por admitir que enviou, no fim do mês passado, a Miguel Relvas, ministro dos Assuntos Parlamentares, o relatório com a avaliação da renegociação das concessões rodoviárias.
Logo o PS, pela voz de Basílio Horta veio anunciar que quer ouvir Relvas na comissão.
«Ele não é ministro da tutela porque é que foi pedir isto. Eu sei, foi para preparar este debate político, esse é o número. E aí o engenheiro e muito bem aproveita para lhe meter a cunha, dizendo 'olhe lá para o meu instituto'», comentou Basílio Horta.
Ora, agora foi o PSD que não gostou. Troca-se de trincheira, fala Carina Oliveira pelos social-democratas.
«Foi um fait-divers relativamente a tudo o que se passou na comissão, que objectivamente o então governante Paulo Campos não gostou de ouvir a verdade, quando o presidente do INIR disse que foi coagido por aquilo que foram as atitudes da então secretaria de Estado», declarou Carina Oliveira.
Quem não quer falar é Paulo Campos. Na próxima terça-feira, ele e António Mendonça são ouvidos na comissão, a pedido da maioria PSD/CDS, para falar sobre o mesmo assunto.