O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros reconheceu, esta terça-feira, perante os deputados, que o Orçamento do Estado para 2012 é de dor e sofrimento.
A oposição tem criticado Paulo Portas por estar em silêncio sobre o Orçamento do Estado. Ana Drago, do Bloco de Esquerda, ironizou: «Bons olhos o vejam na política portuguesa».
«Ausente do problema e das negociações com o triunvirato» esteve o BE, respondeu o ministro.
Para acabar com dúvidas, Paulo Portas frisou que está ao lado do PSD, de Passos Coelho e de Vítor Gaspar.
O Orçamento do Estado é «um caminho que implica sacrifícios, que implica dor, mas que nos recupera enquanto país do ponto de vista da credibilidade e do cumprimento» e que levará Portugal a «reaver o mais depressa possível» a sua economia. «Esse é o caminho certo», sublinhou.
Este orçamento deve ser entendido por todos e Portugal deve dar uma ideia de unidade, defendeu, num recado ao Presidente da República.
«Sobretudo quando estamos a viver um verdadeiro temporal, considero muito importante que as instituições portuguesas (...) se mantenham unidas», porque está em causa a «credibilidade externa», alertou.
O chefe da diplomacia portuguesa defende assim unidade no discurso e na acção a bem da soberania nacional.
Por outro lado, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros recusa liminarmente a ideia defendida pela oposição de que Portugal deverá renegociar a dívida, tal como fez a Grécia. Também o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, já tinha rejeitado essa hipótese.
Hoje Paulo Portas alertou para as consequências dessa reestruturação da dívida, considerando que essa solução não é saudável nem desejável para Portugal.