Orçamento

Vítor Gaspar «inteiramente disponível para dialogar com PS»

O ministro das Finanças mostrou-se, esta quarta-feira no Parlamento, «inteiramente disponível para dialogar com o PS» a propósito do Orçamento do Estado para 2012.

Esta garantia surgiu depois de o deputado socialista Pedro Nuno Santos ter acusado o Executivo de não explicar correctamente o desvio orçamental e de ter elaborado o OE2012 numa «estratégia de confrontação com o PS».

«Não existe qualquer intenção do Governo de ter um confronto com o PS (...) Da minha parte estou inteiramente disponível para dialogar com o PS nos termos e no momento que considerarem apropriado», assegurou.

Para o titular da pasta das Finanças, «é extraordinariamente importante que reconheçamos todos colectivamente que um dos aspectos mais importantes da situação política em Portugal tem que ver com o facto dos três maiores portugueses terem subscrito o programa de ajustamento».

O governante considerou que o tom de voz usado por ele e pelo deputado socialista sugerem «de que lá está a atitude confrontacional neste domínio».

Vítor Gaspar apelou ainda ao PS para que apresente medidas credíveis e viáveis, alternativas às que constam no OE2012.

Recorde-se que também esta terça-feira o primeiro-ministro disse estar disponível para dialogar, mas não para recuar em questões determinantes, entre as quais as que foram acertadas com a "troika".

Pelo PCP, Honório Novo acusou o Governo de estar em «confronto com o país, com os trabalhadores e reformados». O Executivo está «mesmo em largo e crescente confronto» com muitos daqueles que votaram «enganados», acrescentou.

Portugal tem de cumprir o limite do défice e da dívida, reforçou o ministro, frisando que importa distinguir pela positiva Portugal da Grécia, país encarado como um caso especial na Europa.

Vítor Gaspar alertou que reestruturar a dívida ou pedir um perdão parcial poderia ter o efeito de afastar Portugal do financiamento durante mais de uma década.

Notícia actualizada às 12:22.