Miguel Beleza disse, esta quinta-feira, entender a resistência da banca privada em recorrer ao fundo de recapitalização, mas aconselhou os bancos a fazerem-no rapidamente.
«Compreendo alguma relutância que os bancos têm tido», sobretudo porque os valores que têm em bolsa neste momento não são muito elevados e, nesse sentido, um investimento do Estado poderia significar uma «perda importante de controle por parte dos actuais accionistas», comentou, em declarações proferidas no Fórum TSF.
O antigo ministro das Finanças frisou que essa situação poderia «significar, na prática, uma renacionalização parcial», algo que nem os accionistas nem as autoridades desejam.
Para o também antigo governador do Banco de Portugal, uma forma de contornar o problema seria esse capital não entrar no banco através de «acções vulgares», mas de outras formas.
Assim, explicou, os accionistas não perderiam o controle dos bancos e «poderia ainda haver acordos entre os accionistas e o Estado».
Na opinião de Miguel Beleza, enquanto houver dinheiro público nos bancos privados, não deve existir a «possibilidade de distribuir dividendos».
O ex-governante considerou que a banca privada, não conseguindo arranjar capital de outra forma, como por exemplo através dos accionistas, deve «rapidamente usar os fundos comunitários para recapitalizar os bancos».