A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) entende que o Orçamento do Estado para 2012 equivale a uma devastação social e deixa as escolas com a corda ao pescoço.
Com menos 1500 milhões de euros no orçamento da Educação para o próximo ano, os sindicalistas da Fenprof vêem o despedimento de milhares de professores.
Aos 12500 professores contratados que ficaram de fora este ano juntam-se 25000 docentes, alertou o secretário-geral da Fenprof, para quem esta «limpeza» de 37500 professores significa uma «brutalidade não apenas no plano social, mas também no plano educativo».
Perante esta situação, Mário Nogueira entende que o Orçamento do Estado para 2012 é de devastação social.
«É um orçamento que Passos Coelho propõe, mas que não envergonharia o xerife de Nottingham se ele tivesse de fazer para a área que administrava um orçamento de forma a continuar a roubar aos pobres para poder oferecer aos ricos. É disso que se trata», criticou.
Mário Nogueira espera que neste caso o Robin dos Bosques seja o povo português, um povo de brandos costumes mas que deve, na opinião da Fenprof, ter direito à indignação.
O líder da Fenprof vai levar estas preocupações para um encontro que tem marcado com o ministro da Educação, Nuno Crato, a 7 de Novembro.
A Fenprof entende que a dispensa de professores pode tornar-se ainda mais grave se o Governo levar por diante a reforma do ensino básico.
Os sindicatos falam na fusão das disciplinas de História e Geografia, de um professor apenas na disciplina de Educação Visual e Tecnológica (EVT) e também na existência de apenas uma língua estrangeira até ao 9.º ano.
A Fenprof apelou ainda à participação de professores na greve geral do dia 24 e na greve da administração pública marcada para 12 de Novembro.