Educação

Ensino Superior: Concentração simbólica junta cerca de 30 docentes frente ao Ministério

Professores em luta Direitos Reservados

Cerca de três dezenas de docentes e investigadores do Ensino Superior juntaram-se, este sábado, em frente ao Ministério da Educação numa «concentração simbólica» contra as medidas do Orçamento do Estado para 2012.

O presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) explicou à Lusa que o protesto contou na sua maioria com dirigentes sindicais e que o principal objectivo foi chamar a atenção da tutela para as medidas previstas no Orçamento do Estado para 2012 e que os docentes e investigadores vêem como lesivas.

«Acrescendo ao corte do vencimento que já foi feito para este ano de 2011, temos as propostas de eliminação dos subsídios de Natal e de férias, que acaba por ser um corte muito grande no vencimento dos docentes e que em termos ilíquidos é bastante mais de 20 por cento», explicou António Vicente.

Acrescentou, por outro lado, que estão igualmente preocupados com as medidas que prevêem uma diminuição do financiamento das instituições.

«Nesta altura as instituições já vão tendo alguma dificuldade em ter condições para que os docentes e os investigadores possam fazer o seu trabalho e com esta redução no financiamento vão ficar numa situação ainda mais grave e provavelmente vão ter muitíssima dificuldade em assegurar a qualidade do que é leccionado e da investigação que vai sendo feita», apontou o dirigente sindical.

António Vicente disse também que o SNESup está preocupado com a redução da autonomia das instituições, que até aqui conseguiam gerir de forma autónoma os seus fundos e que podem caminhar para uma situação em que o trabalho dos docentes e investigadores seja ainda mais condicionado.

O dirigente sindical não põe de parte a possibilidade de estas medidas abrirem a possibilidade a despedimentos e lembra a situação de alguns investigadores, nomeadamente estrangeiros, que estão como convidados e «que não podem simplesmente ser descartados».

«São quadros muitíssimo qualificados e o país não pode abdicar deles, ainda por cima numa altura como esta em que já estamos a assistir a uma fuga muito forte de quadros altamente qualificados para o estrangeiro», defendeu.