O primeiro-ministro anunciou, este sábado no Paraguai, que Portugal vai propor à "troika" ajustamentos ao programa de ajuda externa em Novembro.
«Em Novembro, iremos com certeza fazer uma avaliação daquilo que foi feito desde Agosto até esta altura e iremos propor alguns ajustamentos ao nosso programa de assistência económica e financeira, tendo em conta o cenário macroeconómico e a evolução das principais variáveis desde o momento em que o programa foi desenhado e aprovado e o momento presente», afirmou.
O primeiro-ministro, que falava aos jornalistas à margem da XXI Cimeira Ibero-Americana, justificou que Portugal procura «encontrar soluções de maior flexibilidade» que permitam «garantir um mais adequado financiamento à economia».
Segundo o chefe do Governo, o pressuposto que constava do programa de assistência económica e financeira de que «as empresas públicas portuguesas financiassem as suas dívidas ou refinanciassem os seus passivos em mercado internacional é hoje completamente irrealista».
Esta realidade, que a «"troika" conhece», tem resultado numa «pressão muito maior junto da banca nacional para financiar esses passivos que não estavam inicialmente considerados no programa», completou.
«Sabemos que estamos a fazer o ajustamento que é importante do ponto de vista das contas públicas. Precisamos agora que se mantenham condições de financiamento à economia para que o processo de crescimento económico possa ter lugar», frisou, acrescentando que é sobre isso que serão as conversas com a "troika".
Passos Coelho garantiu que «o ajustamento que se tiver de realizar será evidentemente motivo de divulgação e de concertação até com outras forças sociais e políticas, até com o PS».
O primeiro-ministro defendeu ainda que as 20 maiores economias do mundo façam uma reforma do sistema monetário internacional que abranja o Fundo Monetário Internacional (FMI) e que integre um reforço da capacidade de regulação dos mercados.
Notícia actualizada às 22:48.