Política

BE acusa PM de querer ajustar memorando apenas para ajudar a banca

Francisco Louçã Direitos Reservados

O coordenador do Bloco de Esquerda acusa Pedro Passos Coelho de querer apenas beneficiar a banca com as alterações que vai propor ao acordo com os negociadores internacionais.

Este sábado no Paraguai, o primeiro-ministro anunciou que em Novembro o Governo vai propor alguns ajustamentos ao acordo de financiamento à economia portuguesa.

Este domingo, no final do VI Encontro Nacional sobre Trabalho, organizado pelo BE, Francisco Louçã advertiu que os ajustamentos que o Governo quer fazer «não incidirão sobre o juro [do empréstimo], sobre a dívida abusiva, os prazos de pagamento, a exploração do trabalho ou sobre o corte das reformas, dos subsídios de Natal ou de férias».

«Os ajustamentos são única e simplesmente sobre a forma de financiar a banca (...). Não há nenhum outro ajustamento que Pedro Passos Coelho conceba», sustentou.

Louçã observou depois que o acordo com a "troika" era «sacrossanto» e que nele «não se podia mexer uma vírgula, mas agora, se a banca exige fundos e liquidez, apoio e subsídios», então já se está «na época de ajustamentos».

Neste encontro do Bloco, Francisco Louçã aproveitou também para apelar à participação de todos os trabalhadores na greve geral de 24 de Novembro.

O coordenador bloquista lembrou que o comércio e a banca não pararam na última greve geral, mas considerou que agora o cenário é bem diferente.

«Estamos convencidos de que hoje um trabalhador de um banco tem muito mais razões para estar nesta greve», bem como os comerciantes, já que «vão destruir o comércio com o aumento do IVA», defendeu, frisando que esta «luta diz respeito a todos os que querem defender uma economia em que as pessoas possam viver com o seu trabalho».

O bloquista deixou também muitas críticas ao aumento de meia hora no horário de trabalho no sector privado.