O ministro da Defesa afirmou hoje que a democracia não «tem senhorios» ou «porta-vozes», sem dizer se se dirigia a Otelo, sobre quem apenas comentou que «não se deu ao respeito».
«Sei, sabemos todos, que as Forças Armadas, os seus militares, os nossos soldados, não se confundem com palavras de alguns ou com as intenções de outros tantos. Sei, sabemos todos, que os soldados portugueses não são políticos, não são dirigentes sindicais, não são funcionários públicos. Os soldados portugueses são cidadãos», afirmou José Pedro Aguiar-Branco, durante a cerimónia que assinalou hoje em Lisboa do Dia da Liga dos Combatentes.
Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, o ministro recusou explicar a quem se dirigiam estas palavras e, especificamente, se se referiam ao coronel Otelo Saraiva de Carvalho, que recentemente admitiu a possibilidade de um golpe militar em Portugal.
Sobre o militar de Abril, Aguiar-Branco limitou-se a afirmar que Otelo «não se deu ao respeito».