Economia

Crise da dívida e pedido de ajuda descem reputação dos bancos portugueses

Dinheiro

A reputação da banca em Portugal baixou este ano face a 2010, muito por culpa da crise da dívida soberana europeia e da intervenção financeira da 'troika' no país, indica o estudo Global Reputation Pulse 2011.

«A queda não é de estranhar dada as dificuldades por que passa o sector», salientou à agência Lusa Pedro Cabrita Carneiro, director-geral do Reputation Institute em Portugal, apontando para a crise da dívida soberana na Europa e para a ajuda internacional solicitada por Portugal ao exterior como as principais causas para a descida.

A tendência de recuo da reputação do sector bancário em termos mundiais também é visível nos últimos anos, por causa da grave crise financeira, mas de 2010 para 2011 a descida foi bastante inferior à verificada no caso português, revelam os dados deste estudo.

Em Portugal, entre os dez bancos avaliados, há seis portugueses, três espanhóis (Banco Santander, BBVA e Banco Popular) e o britânico Barclays, incluídos no estudo devido à sua representatividade em termos internacionais, explicou à Lusa Cabrita Carneiro.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Montepio Geral, o Banco Espírito Santo (BES), o Banco BPI, o Banco Comercial Português (BCP), o Banif e as quatro operações portuguesas destes bancos internacionais têm, em conjunto, um Índice de Reputação Pulse médio de 57,7 pontos (face aos 61,63 pontos de há um ano), enquanto os 208 maiores bancos mundiais avaliados registam 60,6 pontos (-0,4 pontos do que em 2010).

«A reputação tem a ver com confiança e, apesar da queda significativa da reputação média da banca nacional, de uma forma geral, mantêm-se bons níveis de confiança», frisou o responsável do Reputation Institute, explicando que no mercado português as dimensões com mais peso na classificação são os Produtos e Serviços, Ética e Transparência e Inovação.

A CGD manteve este ano a liderança enquanto banco em Portugal com melhor reputação, apesar da ligeira queda, classificando-se como a 35ª a nível mundial, seguida pelo Montepio (56º.), que registou uma subida acentuada, pelo BES (85º.), com um avanço ligeiro, pelo BPI (124º.), que teve um recuo leve, pelo BCP (136º.) e Banif (141º.).