Portugal

Conselho de Redacção da RTP «reprova e lamenta» conteúdo de relatório

RTP dr

O Conselho de Redacção da RTP lamentou hoje o relatório sobre o serviço público, considerando que «põe em causa a integridade e deontolgia» dos jornalistas do canal público de televisão.

Em comunicado, o Conselho de Redacção da RTP afirma que «no documento confunde-se de forma deliberada os conceitos de Estado e de Governo para insinuar que os jornalistas da RTP são permeáveis a pressões políticas e que produzem um trabalho desajustado à realidade do país e aos objectivos do serviço público de televisão».

Este grupo representativo da redacção da RTP garante, na mesma nota, que «os jornalistas da RTP elaboram vários serviços noticiosos de excelente qualidade e isenção» e que são «profissionais exigentes e isentos».

Quanto à eventual redução da informação na RTP, o Conselho de Redacção considera ainda que «é contrária ao princípio do acesso livre e generalizado da população portuguesa consagrado no contrato de serviço público de televisão» e que constitui «um atentado à liberdade e livre informação que caracterizam um Estado democrático de direito».

Também o Conselho de Redacção da rádio estatal emitiu hoje um parecer sobre o relatório conhecido na segunda-feira em que rejeitou a extinção de qualquer estação de rádio pertencente à RTP por considerar que «os canais existentes são essenciais para o cabal cumprimento do serviço público de rádio».

A mesma entidade rejeitou ainda «a diminuição dos noticiários» uma vez que «a qualidade e a independência da informação não dependem dos tempos dos noticiários» assim como a «extinção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social» já que o «modelo alternativo proposto compromete a missão que o regulador deve ter».

O Conselho de Redacção da RTP Rádio considerou ainda que as recomendações apresentadas para os serviços públicos de comunicação social «pressupõem a criação de um modelo mais estatizado, menos democrático e que, no limite, coloca em causa a independência e a dimensão editoriais».

Em jeito de conclusão, este grupo representativo dos trabalhadores da RTP Rádio «lamenta a parcialidade e a falta de objectividade das apreciações e recomendações» e pede resposta a várias questões.

O Conselho de Redacção da RTP pretende assim saber «quais os poderes que intervêm de forma 'ilegítima ou eticamente reprovável' na informação do serviço público de rádio», «qual o controlo que, no entender do grupo de trabalho deve ser exercido pelo parlamento», «o que é que o grupo de trabalho entende por informação essencial e quem deve definir esse conceito» e «de que forma os serviços informativos do Estado devem ficar limitados aos 'serviços indispensáveis ao equilíbrio da informação'».