A licença de maternidade das mães de bebés prematuros deveria corresponder ao período de internamento da criança, defendeu a associação XXS esta quinta-feira, dia em que se assinala o Dia Internacional de Sensibilização para a Prematuridade.
A licença de maternidade das mães de bebés prematuros deveria corresponder ao período de internamento da criança, defendeu a associação XXS esta quinta-feira, dia em que se assinala o Dia Internacional de Sensibilização para a Prematuridade.
Em entrevista à agência Lusa, Paula Guerra, uma das fundadoras da XXS - Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro lembrou que os bebés prematuros ficam menos tempo internados e «custam menos dinheiro ao Estado» quando têm acompanhamento permanente das mães.
«Defendemos há anos que o período de licença de maternidade no caso dos bebés prematuros deve ser alargado. Actualmente o tempo de licença é o mesmo. Por vezes as mães dos prematuros interrompem a licença e colocam baixa de assistência à família [30 dias por ano] mas não chega», salientou.
De acordo com Paula Guerra, muitas mães vão trabalhar mais cedo porque não querem ver os seus ordenados reduzidos e isso prejudica, por vezes, a evolução favorável do bebé.
«Estudos efectuados na Suécia apontam para um menor tempo de internamento devido ao contacto permanente com a mãe. No caso da Suécia, as mães permanecem internadas até o bebé ter alta», disse.
Paula Guerra considera que além desta aproximação dos pais ao bebé e dos apoios sociais e financeiros, «há também muito trabalho a fazer em parceria com os profissionais de saúde no sentido de informar as futuras mães para os cuidados que devem ter com o acompanhamento da gestação e também alertar as empresas para a necessidade de as gestantes terem uma gravidez tranquila e seguirem as rotinas médicas».
Apesar disso, Paula Guerra reconhece que Portugal tem das melhores práticas em termos de prestação de cuidados clínicos a estes bebés.
Paula Guerra chamou a atenção para o facto de esse «excelente trabalho» poder vir a ser afectado pelos cortes orçamentais na saúde e para um possível encerramento da Maternidade Alfredo da Costa.
Um em cada dez bebés nasce prematuro na Europa, uma taxa que segundo a directora do Serviço de Neonatologia da Maternidade Alfredo da Costa, Teresa Tomé, tem vindo a subir nos últimos anos nos países industrializados.