Economia

Belmiro: Reduzir o défice pode significar «miséria absoluta»

Belmiro de Azevedo Direitos Reservados

Belmiro de Azevedo alertou, esta quinta-feira, que equilibrar as contas públicas pode traduzir-se em «miséria absoluta» e que as empresas estão a ser convidadas a sair de Portugal.

O antigo patrão da SONAE, que falava numa conferência organizada pela Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) sobre o imperativo do crescimento, em Lisboa, alertou que equilibrar as contas do Estado não pode traduzir-se no «nascimento de um exército de excluídos» decorrente da falta de crescimento do país.

Belmiro considera que o aumento do IRC é um convite às empresas para deixarem Portugal.

O líder histórico da SONAE comentou o aumento do IRC e criticou os políticos por um dia afirmarem que vão baixar a Taxa Social Única (TSU) e noutro resolverem aumentar ainda mais a carga fiscal.

Belmiro de Azevedo entende que o aumento da carga fiscal reduz o investimento. «É bom que os portugueses compreendam: menos investimento, menos emprego, menos competitividade, menos receita para o Estado e menos crescimento para o país».

Para Belmiro, o aumento do IRC parece ser uma convite à ida das empresas para outros países «mais amigos dos investimentos».

«É um cenário difícil para todos, mas este aumento de impostos, que se junta à dificuldade crescente de conseguir crédito bancário, levará a uma retracção sem precedentes no investimento das empresas», avisou.

Na opinião de Belmiro de Azevedo, «é preciso incentivar o sector privado» e apostar em áreas como o mar, a agricultura e a floresta.

O antigo patrão da SONAE interroga-se sobre como é possível Portugal não ser auto-suficiente na produção de alguns legumes, até porque a agricultura é uma área para a qual não é necessária «formação difícil».

Belmiro de Azevedo considerou ainda que falta estratégia em Portugal.