A criação de eurobonds deve ser antecedida por uma governação comum aos países da União Europeia, defendeu este domingo o comissário europeu para os Mercados Financeiros, Michel Barnier.
«A condição prévia para criar obrigações mutualistas, para constituir dívida comum, que me parece ser uma boa ideia, é termos uma coordenação, uma fiscalização, um governo comum» e «ter um orçamento europeu mais importante», declarou, citado pela AFP, o comissário francês à TV5 Monde, à rádio RFI e ao jornal Le Monde.
Barnier lembrou que o orçamento europeu representa apenas 1 por cento do Produto Interno Bruto da União Europeia (UE).
A Alemanha, actualmente contra a criação de dívida pública mutualista, «sairá dessa posição a partir do momento em que tiver confiança nessa capacidade de gerarmos a nossa economia comum», acrescentou.
«Hoje, a questão não é a de criar dívidas suplementares, mesmo que sejam comuns. A questão é reduzir o nosso endividamento, é reduzir os nossos défices», insistiu Michel Barnier.
O comissário saudou o facto de o euro se «manter saudável desde há vários meses», prova de que, segundo Barnier, «essa zona é sólida», mas desejou «que cada um respeite a regra da co-propriedade, o Pacto de Estabilidade e de Crescimento», que limita o défice público de cada membro a três por cento do Produto Interno Bruto.
A Comissão Europeia prepara-se para propor na próxima quarta-feira a criação de obrigações europeias, um mecanismo defendido pelos seus proponentes como um meio para solucionar a crise das dívidas soberanas, mas que divide os europeus e terá como corolário o endurecimento da disciplina orçamental.