Duas jovens sindicalistas da CGTP e da UGT, que contribuem para alargar as formas de luta nos sindicatos, ainda acreditam nos velhos ideais do sindicalismo.
As bandeiras negras, os panfletos, os manifestos e os plenários ainda resistem na vida sindical, mas as novas formas de luta também passam pelos escritos nos blogs e pelas amizades nas redes sociais, o que traz um novo fôlego à vida sindical.
«Já houve essa fase em que os jovens se afastavam do sindicato e viam os sindicatistas como eles se identificavam, mais velhos e barrigudos», disse a presidente da Comissão de Juventude da UGT.
Débora Vicente Alves acrescentou que «hoje em dia parece que está a haver mudanças» que passam pelos jovens.
Contudo, 200 anos depois, o sindicalismo ainda radica na luta de classes.
Anabela Laranjeira, da Direcção Nacional da Interjovem, falou numa «luta de classes muito forte» nas empresas perante problemas concretos, frisando que onde há sindicatos fortes conseguem-se «vitórias importantes».
Ser sindicalista é ser revolucionário, porque ele «pretende a transformação social, a transformação das condições de vida e das condições de trabalho», acrescentou.
Débora Vicente Alves sublinhou que «a luta de sindicatos continuará a ser sempre a mesma», por uma «sociedade mais justa» e por «trabalho mais digno».
Já Anabela Laranjeira destacou que o sindicalista percebe que existem problemas na sua empresa, bem como a «necessidade de os denunciar».
Débora Vicente Alves entende que em Portugal não é possível fazer mais do que um dia de greve, porque os trabalhadores não têm tdinheiro para tal.
Além disso, os sindicatos portugueses não têm capacidade para organizar um fundo de greve que pague aos trabalhadores os dias da paralisação.
As duas jovens sindicalistas defendem a modernidade do movimento sindical numa sociedade democrática onde a política não é monopólio dos partidos.
Esta reportagem insere-se num conjunto de histórias que a TSF conta até quinta-feira, a propósito da greve geral conjunta da CGTP e da UGT de 24 de Novembro.