Apesar do risco de ficarem sem trabalho, alguns trabalhadores a recibo verde ou contrato a prazo prometem fazer greve. A TSF foi conhecer alguns casos.
Catarina é aquilo a que normalmente se chama um "falso recibo verde" e, apesar de ter medo das consequências, vai fazer greve. O dia será descontado no recibo verde passado no final do mês.
«As condições actuais não são favoráveis aos trabalhadores, muito menos aos trabalhadores descartáveis que trabalham a recibos verdes», disse.
Na empresa Ricardo, que trabalha num call-center, também se contam pelas mãos aqueles que vão aderir à greve.
«Tenho medo de ficar sem emprego, de ficar sem rendimento, mas penso que este não será um motivo suficiente. Tenho de tomar uma atitude de consciência para melhoria eventual das condições de trabalho», afirmou.
Cristina Andrade, trabalhadora a prazo no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), considerou que «o medo é o pior inimigo de qualquer povo».
«Quanto mais nos baixamos pior será a situação», disse, admitindo que a greve é um «direito mais difícil de ser exercido».
Os movimentos que reúnem trabalhadores precários apelam à participação na greve geral.
Adriano Campos, do grupo Fartos Destes Recibos Verdes (FERVE), admitiu que os trabalhadores a recibos verdes estão numa «situação mais complicada».
«Uma pessoa que esteja a recibo verde deve fazer aquilo que um trabalhador faz que é avisar a sua entidade patronal que irá fazer greve», recomendou.