O primeiro-ministro apelou, uma semana depois da manifestação dos militares, ao consenso, à coesão e ao patriotismo das Forças Armadas e anunciou uma reforma profunda no sector.
Na primeira vez que se dirige às Forças Armadas, esta quarta-feira, Pedro Passos Coelho pediu compreensão, acrescentando que num «momento muito sério» da vida colectiva nacional, «em que tantos sacrifícios são pedidos aos portugueses, são também pedidos sacrifícios às Forças Armadas».
O Chefe do Governo falou na necessidade de uma reforma nas Forças Armadas que imponha mudanças concretas.
Passos Coelho quer Forças Armadas mais ágeis, melhor articulação e coordenação, maior eficiência nos recursos materiais e, principalmente, nos recursos humanos.
«A reforma e reestruturação das Forças Armadas também apontam para uma estrutura de comando mais reduzida e mais eficiente. Apontam ainda para a clarificação num contexto de graves restrições financeiras do Estado e da economia», disse.
Passos Coelho vincou que é preciso definir «quais são os meios e equipamentos militares essenciais» e recomendou «a desactivação de tudo o que for acessório e dispensável».
Na véspera do Conselho Superior de Defesa Nacional, convocado pelo Presidente da República, o Chefe do Governo apelou ao consenso, à coesão e ao patriotismo das Forças Armadas.
«Desejamos o mais amplo consenso sobre estas matérias, mas não podemos ficar indiferentes aos interesses gerais do país nem adiar as grandes e necessárias reformas», acrescentou.
O primeiro-ministro afirmou-se «certo de que as Forças Armadas darão, como sempre deram, provas de coesão, de serviço ao interesse comum e de patriotismo».
Isto porque, continuou, Portugal precisa dos militares para superar esta situação de emergência nacional e abrir uma nova página na história democrática do país.