O presidente da Carris assegura que o direito de aderir à greve geral «será respeitado», mas lembra que trabalhar é «igualmente um direito».
Numa carta dirigida aos colaboradores, José Silva Rodrigues escreve que o direito de aderir à greve «será respeitado», mas acrescentando que «trabalhar é, igualmente, um direito que terá, também, de ser respeitado».
O presidente da Carris apela ao «cumprimento rigoroso» dos serviços mínimos (50 por cento da oferta da Carris em 13 carreiras), e admite que espera «uma forte pressão sindical para serem atingidos níveis elevados de adesão», tratando-se de uma greve geral.
Por outro lado, lembra que, em greves anteriores, «com acentuado cariz de protesto político, os trabalhadores da Carris têm evidenciando um enorme sentido de responsabilidade», não aderindo de forma significativa «independentemente da sua avaliação sobre a forma como são afectados no quadro dos pesados sacrifícios que todos os portugueses actualmente sentem, para os quais, infelizmente não existe alternativa».
Silva Rodrigues alerta ainda para «o impacto negativo» da greve nas empresas de transportes públicos, que se encontram em «situação de fragilidade económica e financeira», salientando que um dia de receita de bilhetes vale, em média, cerca de 56.600 euros, que, numa situação de paralisação total, se perdem.
A carta aponta ainda a «situação económica e financeira crítica» do país, devida sobretudo ao «descontrolo das finanças públicas» e que obrigou a pedir ajuda externa, que exige agora «o cumprimento integral dos compromissos assumidos».
Contactado pela TSF, o presidente da Carris disse que a carta não deve ser vista como um apelo mas uma preocupação de lembrar os direitos de todos.