Em entrevista à TSF, o antigo Presidente da República disse, esta tarde, que é preciso ter cuidado com as medidas que possam agravar as desigualdades sociais.
À saída da cerimónia de abertura do ano lectivo da Universidade de Lisboa, Jorge Sampaio assumiu, em entrevista à TSF, a sua preocupação com medidas que possam contribuir para agravar as desigualdades, como um dos problemas mais complicados para resolver.
«Sinto que é preciso dar esperança às pessoas. A noção de que há medidas que possam não ser fiéis ao principio da igualdade e que contribuam para agravar as desigualdades são medidas muito difíceis e preocupantes», alertou Jorge Sampaio, acrescentando que «Portugal está neste momento numa fase extremamente difícil e é preciso ter cuidado com as medidas que não sejam diferenciadoras de sectores para sectores».
Nesta entrevista à TSF, Jorge Sampaio falou ainda sobre a greve geral desta quinta-feira, considerando que «correu muito bem». O antigo Chefe de Estado espera que agora haja abertura de espírito para mudar algumas medidas e que a concertação deve ser uma preocupação constante.
«A greve é um exercício de direito, acho que desse ponto de visto acho correu muito bem. Sou sempre muito favorável à concertação, ela tem que ser uma preocupação constante porque sem isso é muito difícil mobilizar as pessoas e dar às pessoas força para aguentarem estes momentos difíceis, mas ao mesmo tempo é preciso ter medidas para o crescimento», defendeu.
«Se não houver crescimento, a prazo estaremos sempre em dificuldades. Temos que atravessar este período mantendo esta coesão social, portanto esperemos que a inevitabilidade de certas medidas seja compensada com aberturas de espírito e algumas compensações que são também possíveis», sublinhou Jorge Sampaio.
Ouça esta entrevista na íntegra em Última Hora.