O presidente francês falou hoje numa refundação da Europa com mais disciplina e mais solidariedade, o que não significa que uns possam dizer que os outros é que têm de fazer sacrifícios.
Para preparar o Conselho Europeu da próxima semana, Nicolas Sarkozy e a chanceler Angela Merkel vão reunir-se na próxima segunda-feira, anunciou esta tarde o presidente francês, em Toulon, durante um discurso sobre o futuro da Europa.
Sarkozy defendeu que não há forma de escapar. Por isso, a disciplina orçamental é obrigatória e as sanções aos incumprimentos têm de ser mais rápidas e mais severas.
O tempo é de restaurar a credibilidade e a confiança, e para resolver a crise da dívida há que fazer sacrifícios.
Num processo que vai ser difícil e longo, Sarkozy frisou que a solidariedade é necessária, para garantir que um caso como o da Grécia não volta a repetir-se.
Num discurso de 52 minutos, o presidente francês destacou também o Banco Central Europeu (BCE), que diz ter nesta altura um papel fundamental, acreditando que enquanto entidade independente vai manter uma postura responsável e interventiva.
Na tónica do discurso, Nicolas Sarkozy garantiu, por várias vezes, que a França está ao lado da Alemanha. A Europa tem de ser refundada, defendeu também o presidente francês, que se mostrou disponível para assinar um novo Tratado.
Os dois países escolheram a convergência e Sarkozy garante que nunca irá renunciar a essa posição, justificando que pertence a uma geração que não conheceu a guerra e por isso não vai esquecer os sacrifícios que agora se impõem.
Neste discurso em Toulon, não faltou ainda a defesa da moeda única. Pelas contas feitas pelo presidente francês, o fim do euro teria consequências dramáticas. Como exemplo, deu a França, que se esse cenário se verificasse teria uma dívida a duplicar.
A suavizar, Nicolas Sarkozy disse que na Europa «temos de desenvolver-nos juntos e não uns contra os outros».