A cooperativa de seguros de Pesca quer medidas para reforçar a segurança das embarcações de pesca, particularmente as de menor dimensão.
A embarcação, que naufragou esta semana, dispunha de um dispositivo de localização, mas o mestre «tinha de optar entre pedir socorro ou alertar a tripulação» e decidiu «garantir o salvamento das vidas», disse Cristina Moço, directora dos serviços de acção social da Mútua dos Pescadores.
A propósito do naufrágio do "Virgem do Sameiro" (cujos seis tripulantes foram resgatados após três dias à deriva em alto mar), os dirigentes da Mútua quiseram frisar «a importância de implementar medidas que garantam o alerta e a localização» de pescadores vítimas de acidentes.
O 'Virgem do Sameiro' era uma embarcação de 13,75 metros e, portanto, não estava obrigada a ter uma "caixa azul", um mecanismo de alerta automático.
«Duas coisas que merecem a nossa atenção relativamente aos equipamentos a bordo deste segmento da frota são o alargamento do sistema [de alerta automático] acoplado aos rádios VHF e as rádio-balizas» (EPIRB, equipamentos localizadores de emergência), disse Moço durante uma conferência de imprensa hoje em Lisboa.
Nos trabalhos da Comissão Permanente de Acompanhamento para a Segurança dos Homens no Mar (que agrega organizações do sector das pescas e o Ministério da Agricultura), tem-se dado prioridade às condições «das embarcações mais pequenas», acrescenta a directora da Mútua.
«Oitenta e cinco por cento da nossa frota tem menos de nove metros», nota Cristina Moço, frisando contudo que o nível de exigência em termos de segurança «tem vindo a aumentar».
Aliás, «se esta embarcação não tivesse uma jangada pneumática», os tripulantes do "Virgem do Sameiro" teriam certamente morrido, disse Jerónimo Viana, membro da Mútua e pescador de Caxinas (Vila do Conde), a comunidade de onde partiu a embarcação naufragada.