Portugal foi abençoado por um «amplo consenso interno» entre os principais políticos, que reflete o apoio popular ao programa, afirmou o ministro das Finanças, numa palestra em Londres.
«Nós somos bastante abençoados por um consenso amplo interno na necessidade de ajustar», disse perante uma sala cheia no instituto de estudos internacionais Chatham House.
O ministro falava a propósito da capacidade de Portugal cumprir os objetivos estipulados pelo programa de assistência financeira acordado com o Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional.
«Algo que gostava de enfatizar é que os portugueses conheciam este programa de ajustamento antes das eleições», referiu Gaspar.
O ministro sustentou que «os três maiores partidos [PSD, PS e CDS/PP] subscreveram o programa» e que apenas dois, a CDU e o Bloco de Esquerda, fizeram campanha contra.
«Mas, no final, os eleitores portugueses apoiaram os três partidos que subscreveram o programa com uma maioria de cerca de 80 por cento, o que é um apoio esmagador e um consenso esmagador», vincou.
A palestra de Vítor Gaspar repetiu a mesma mensagem que levou de manhã a um encontro com investidores na City, o bairro em Londres onde se concentram as instituições financeiras.
À tarde, na Chatham House, além de representantes de bancos e empresas, estavam presentes políticos e diplomatas.
A estes, o ministro português garantiu que Portugal será capaz de cumprir os objetivos de consolidação orçamental previstos e alcançar a estabilidade financeira.
Estes dois pilares, admitiu, «são necessários, mas não são suficientes para colocar a economia portuguesa num rumo sustentável».
[Texto escrito com o novo acordo ortográfico]