Portugal

Douro: Secretária da comissão nacional da UNESCO cautelosa e optimista

A secretária executiva da comissão nacional da UNESCO manifestou-se, esta quarta-feira, em declarações à TSF, cautelosa e optimista relativamente ao Douro Património Mundial, que pode estar em causa devido à barragem de Foz Tua.

«Estou cautelosa», mas «a tendência é para um maior optimismo», porque às vezes chamar a atenção tem resultados, nomeadamente na conservação do bem em causa «de acordo com os princípios que a convenção propõe», disse Manuela Galhardo.

A responsável acredita que as partes envolvidas vão acabar por chegar a um consenso. «Haverá certamente um diálogo que poderá ser proveitoso para as duas partes», até porque «não há como fugir», disse.

Manuela Galhardo explicou que a primeira decisão que «estatutariamente» a UNESCO poderá tomar é «a colocação do bem numa lista especial, a lista do Património Mundial em perigo».

Depois disso, o bem em causa «ficará sujeito a um escrutínio bastante apertado por parte do membros do comité» e «as partes em questão serão obrigadas a um diálogo no sentido de ver qual a solução que é apresentada e que negociação é possível ser feita para se chegar a uma solução que contemple ambas as partes», acrescentou.

Enquanto o Estado reserva a «possibilidade de permanecer com o intuito de avançar ou não com a construção da barragem», o comité da UNESCO pode, «em ultimíssima análise, propor a desclassificação do bem», algo que em 40 anos de existência só aconteceu duas vezes, esclareceu.

Também ouvido pela TSF, o presidente do Turismo do Douro disse que é preciso fazer um esforço para salvaguardar aquela distinção, até porque fazendo o balanço destes dez anos - desde que o Douro foi considerado Património Mundial - o turismo do Douro e do Norte «tem sido potenciado».

Perder a classificação de Património Mundial «seria claramente negativo», por isso «é preciso fazer um esforço no sentido de salvaguardar esse património», alertou António Martinho.