Saúde

Bastonário diz que sistema pode entrar em colapso sem horas extra dos médicos

Médico

O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu que, se os médicos deixarem de fazer horas extraordinárias, tal como anunciado pelos sindicatos, o sistema pode entrar em colapso.

José Manuel Silva falava em conferência de imprensa, após uma reunião com o seu homólogo espanhol para analisar as políticas do medicamento nos dois países ibéricos, bem como as implicações na Saúde da situação político-económica que se vive no espaço europeu.

Para o bastonário, não conhecer as especificidades da carreira e atribuir o mesmo pagamento aos médicos do que a outros funcionários públicos é um erro.

Também os utentes dos serviços de saúde consideram que a decisão dos médicos de deixar de fazer horas extraordinárias vai prejudicar o atendimento e criar uma situação «absolutamente inadmissível» relacionada com a vida dos doentes.

Manuel Villasboas, do Movimento de Utentes dos Serviços de Saúde, disse à agência Lusa que «desde o momento em que não há meios humanos e materiais suficientes para atender a acumulação nas urgências,(...) [criam-se] situações que podem ter a ver com a vida dos utentes».

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Carlos Arroz, anunciou hoje que a partir do dia 02 de janeiro os médicos não farão uma única hora extraordinária, nem sequer as 12 a que atualmente são obrigados.

Em causa está o Orçamento do Estado para 2012, que estabelece novas formas de pagamento das horas extraordinárias, não contemplando qualquer exceção para os médicos.

[Texto escrito com o novo acordo ortográfico]