A Comissão de Trabalhadores da CP acusou, esta sexta-feira, a empresa de «mentir» ao dizer que não haverá dinheiro para pagar salários se os maquinistas fizerem greve.
Esta semana, os maquinistas da CP anunciaram uma nova paralisação, desta vez para os dias 23, 24, 25 de Dezembro, 01 de Janeiro e nas horas extraordinárias até final de Janeiro, alegando que a administração está a realizar processos disciplinares ilegais.
José Reizinho, da Comissão de Trabalhadores, acusou a empresa de mentir quando disse que não haverá dinheiro para os salários se os funcionários fizerem greve e de se ter aproveitado de uma reunião com os trabalhadores.
Segundo o responsável, nessa reunião, de 5 de Dezembro, a CP informou os trabalhadores que ainda não recebeu «as indemnizações compensatórias do ano de 2011 e que neste momento a empresa depende das receitas das bilheteiras».
De acordo com José Reizinho, neste momento a CP «faz 300 milhões de euros por ano» e «paga 122 milhões» aos trabalhadores.
O problema, adiantou, é que os investimentos feitos pela CP obrigaram a empresa a recorrer aos bancos, tendo neste momento uma dívida de 190 milhões só de juros.
Também esta sexta-feira, a porta-voz da CP, Ana Portela, disse que as greves realizadas este ano pelos trabalhadores da CP provocaram um prejuízo para a empresa que «já ultrapassa largamente os dois milhões de euros».