A Câmara de Matosinhos vai recorrer para o Plenário do Tribunal de Contas da decisão tomada pela 1.ª secção daquela instância, que recusou à autarquia o visto para a compra do Estádio do Mar ao Leixões.
Em comunicado, a autarquia disse esperar que o plenário «saiba suprir as deficiências da decisão em causa», que «fere» os princípios de igualdade, boa gestão financeira e autonomia local.
Numa comparação ao decidido pelo Tribunal de Contas sobre os estádios do Euro, a Câmara Municipal assinalou que a instituição que agora recusa o visto ao negócio com o Leixões «é a mesma que deu aval a processos construtivos de que resultaram estádios municipais todos com valores 10 a 15 vezes superiores aos que estão agora em causa».
Acrescentou que o Tribunal de Contas que hoje recusa o visto, «com o pretexto do envolvimento do futebol profissional, é o mesmo que convive com a situação» de equipas que utilizam estádios municipais como o Sporting de Braga, Vitória de Guimarães, Académica de Coimbra, Gil Vicente e Beira-Mar.
«Ao querer impedir uma aquisição em condições irrepetíveis (preço e pagamento em prestações), o Tribunal de Contas vai obrigar a autarquia a cumprir a sua Carta Desportiva, pagando muito mais pelos equipamentos que lhe compete providenciar aos cidadãos», assinalou a autarquia, explicando que «a mera aquisição de terrenos para o mesmo efeito, que terá de ser feita, será muito mais onerosa para o município».
A autarquia lamentou, por outro lado, que o tribunal recuse o visto a uma despesa de uma autarquia «que tem contas em dia, reduziu o endividamento bancário e quer fazer os investimentos que os seus documentos estratégicos apontam como necessários».