Luis Miguel Cintra, o director artístico do Teatro Cornucópia, teme pelo futuro desta companhia teatral, onde as dificuldades são muitas e o improviso tem que ser a palavra de ordem para contornar os obstáculos financeiros.
Numa semana em que a TSF visita algumas companhias de teatro é dia de falar da Cornucópia, a companhia fundada há já 38 anos por Luis Miguel Cintra e Jorge Silva Melo.
Luis Miguel Cintra, o director artístico, admite que para sobreviver possa pedir a ajuda do público com uma espécie de clube de apoiantes da Cornucópia, que contribuam a troco de ter sempre lugar sem pagar, mas ele próprio não sabe se este teatro consegue sobreviver ao corte e ao fim dos apoios.
Cintra acaba mesmo por equacionar a possibilidade do próximo ano ser o último.
À semelhança da peça "A Varanda", de Jean Genet, que está em exibição na Cornucópia, Luis Miguel Cintra diz que vai ser preciso fingir o verdadeiro e improvisar.
«Um espectáculo com dez actores que não é bem um espectáculo, ou seja, é a partir da peça de Lope de Vega que se chama o Fingindo Verdadeiro uma adaptação minha que inventa uma situação dramática, mas a partir de uma espécie de improviso para iludir a falta dinheiro», adianta.
Luis Miguel Cintra afirma também que nenhum actor que trabalha com a Cornucópia, que não seja jovem e solteiro, consegue ter dinheiro suficiente para ter uma vida digna e por isso vão recorrendo aos trabalhos na televisão.
A partir de 2013, realça o director geral, não há garantia de apoios estatais e por isso «não sei se não estamos a viver em 2012 o último ano da Cornucópia».