O governador do Banco de Portugal defende a existência de mais regras e maior disciplina, como uma das melhores formas de salvar a UE e devolver confiança dos mercados em relação ao euro.
A solução do governador do BdP para a Europa e o euro saírem da crise é um reforço da disciplina.
Carlos Costa considerou, esta terça-feira, que não é a união monetária que está frágil, é a união económica, por isso são necessárias mais regras para gerar confiança, mesmo que isso implique perda progressiva de soberania nacional.
«Assistência financeira não conjuga com manutenção de todos os graus de liberdade em matéria de política económica ou em matéria de política orçamental. Não é necessário chegar ao ponto de termos um estado federal, mas é necessário e imperioso termos as condições, em termos de disciplina e de regras, que dêem ao grupo», referiu.
O governador do Banco de Portugal gostou do resultado do último Conselho Europeu, sublinhando que assim a Europa vai no bom caminho.
«As conclusões da última cimeira eram o jogo da primeira mão de uma eliminatória a duas mãos. A primeira mão passava necessariamente pela introdução de regras que dêem depois, na segunda volta, a oportunidade de completar essas regras com os mecanismos financeiros correspondentes à estabilidade do sistema», considerou Carlos Costa.
«Portanto temos de ter uma perspectiva positiva, sabendo no entanto que não é o fim mas a primeira etapa de um percurso», acrescentou.
É preciso, no entanto, maior esclarecimento e mais informação, diz Carlos Costa, para que os cidadãos percebam que este rumo não é o resultado do directório franco-alemão, mas o resultado traçado por todos, os da União Europeia.
Ainda no diagnóstico do governador do BdP foram os políticos que falharam, ao demorarem tanto tempo a reagir à crise, frisando que o sistema monetário europeu tem conseguido dar resposta à crise das dívidas soberanas.