Considerado o "pai" das ex- Scuts, João Cravinho julga ser urgente fazer um debate sobre o assunto porque os portugueses quando pagam impostos já estão a pagar a rodovia nacional.
Na opinião de João Cravinho há gente a falar do que não sabe em matéria de Scuts «com uma enorme leviandade, direi mesmo ignorância, sobre a questão do pagamento».
«Diz-se que o princípio é o do utilizador/pagador. Completamente errado», afirmou o ex-ministro das Obras Públicas, frisando que o que está em causa é o princípio pagador/ beneficiário e, no caso das autoestradas com portagens, há empresas a beneficiarem.
«Como toda a gente sabe há muito mais beneficiários do ponto de vista económico que os utilizadores directos, que aliás pagam através dos impostos, associados à rodovia ou ao automóvel, que representam três ou quatro vezes mais do que aquilo que vai para o financiamento da rodovia», denunciou.
À TSF, João Cravinho deu mesmo o exemplo de outros países europeus. «A Alemanha tem milhares e milhares de quilómetros, zero quilómetros de portagem, só tem para camiões por razões ecológicas. A Holanda tem milhares de quilómetros, zero portagens. A Inglaterra e a Bélgica igual», revelou.
«Quer dizer, toda essa gente, alemães, holandeses, ingleses, é tudo gente que não sabe fazer contas, é gente irresponsável e, sobretudo burra. Só cá em Portugal é que há gente esperta», afirmou Cravinho.
A questão é simples: ao estar a cobrar portagens, o Governo está a ir buscar dinheiro onde é possível, apenas para baixar o défice, defendeu Cravinho, salientando que os portugueses quando pagam impostos já estão a pagar a rodovia nacional.