Perante os cortes de verbas para a Cultura, as companhias de teatro prometem manter a dignidade, mesmo que cortem salários, despeçam pessoal e encurtem o número de peças.
As peças da Seiva Trupe, no Porto, vão ser economicamente pouco exigentes e o pano vai subir menos vezes, segundo António Reis, fundador, director e actor da companhia de teatro.
A companhia estava a contar com 292 mil euros para gastar em 2012, mas afinal só vão chegar 181 mil, um corte que «obriga à redução de pessoal», ao cortes nos salários e à realização de menos peças, disse.
David Carvalho, da Filandorra, em Vila Real, disse que está habituado a viver com pouco dinheiro, mas o corte de 60 mil euros vai empobrecer os planos e os cortes nas produções serão certos.
Para contornar a situação, a companhia quer apostar em novos conceitos e novos públicos.
Armando Valente, responsável pelo Festival Fitemor, em Montemor-o-Velho, ainda não tem bem noção do alcance do corte, mas avisou, desde já, que o festival vai ser mais pobre.
O director do Citemor alertou ainda que o esforço de muitos anos pode ficar claramente comprometido. O festival deixou de ter um preço simbólico, sendo que a probabilidade de novo aumento em 2012 é grande.