Saúde

Greve dos médicos terá consequências «catastróficas», diz bastonário

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O bastonário da Ordem dos Médicos alertou hoje para as consequências que a greve às horas extraordinárias poderá ter em serviços de saúde essenciais, como as urgências.

A partir das 8h00, de 2 de Janeiro os médicos que aderirem à greve nacional não vão prestar trabalho extraordinário, segundo o pré-aviso hoje publicado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Em declarações à Lusa, José Manuel Silva salientou que esta é uma questão sindical, mas sublinhou a preocupação da Ordem dos Médicos com a previsível «desregulação de alguns serviços», sobretudo dos que dependem maioritariamente de horas extraordinárias, como é o caso das urgências.

«Esperemos que até lá haja bom senso. Com a reorganização dos serviços é possível reduzir as horas extraordinárias, melhorar a gestão e criar sinergias entre instituições sem por em causa o pagamento das horas extraordinárias a um preço minimamente justo», afirmou, acrescentando que a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte é disso um bom exemplo.

Segundo José Manuel Silva, há dois anos a ARS Norte conseguiu uma redução de 20 por cento no pagamento de horas extraordinárias, sem contestação dos profissionais, o que se conseguiu graças à reorganização dos serviços, nomeadamente concentrando-os, sem os pôr em causa.

«Ao mesmo tempo, desde Setembro que não são contratados mais profissionais de saúde, que era uma forma de reduzir as horas extraordinárias. Assim, o sistema descompensa», alertou.

O pré-aviso de greve hoje divulgado esclarece que os médicos fazem greve «como forma de protesto público contra a degradação do trabalho e contra a degradação do Estado social e do Serviço Nacional de Saúde (SNS), motivada por anos de despesismo incontrolado e doloso de sucessivos governos e legislaturas».

Após o início da greve, os médicos não irão prestar trabalho extraordinário, mas mantêm toda a sua restante actividade durante o período normal de trabalho diário e semanal.