Justiça

Adiada leitura da sentença do caso Portucale

Caso Portucale dr

A leitura do acórdão, relacionado com o abate de sobreiros numa herdade em Benavente, foi adiada para 27 de Janeiro para permitir à defesa contestar alterações aos factos introduzidos.

Foram dezenas as alterações ao factos, anunciadas pelo tribunal, e que apanharam de surpresa os advogados.

«A minha primeira reacção é de surpresa, depois é de choque, depois é de revolta e, por último, é de racionalização sobre o que se está a passar e como é que eu reajo», comentou Godinho de Matos, que representa Luís Horta e Costa, um dos arguidos acusados de tráfico de influências.

O advogado sublinhou ainda que, na sua longa carreira, nunca assistiu a uma situação destas e, por isso, admite mesmo arguir a nulidade do julgamento.

O Ministério Público nas alegações finais deixou cair o crime principal, tráfico de influências. Nesse sentido, Godinho de Matos admite que as alterações agora anunciadas pelo colectivo de juízes podem indiciar outro entendimento.

O processo Portucale tem 11 arguidos, o principal é Abel Pinheiro, antigo dirigente do CDS-PP. Em causa estão crimes de tráfico de influências, abuso de poder e falsificação de documentos, relacionados com um projecto turístico do grupo Espírito Santo, na herdade da Vargem Fresca, em Benavente.